Descrição
E se a História que aprendemos e ensinamos fosse contada a partir de um único ponto?
Acontece que ela é.
A narrativa histórica baseada em um sujeito aparentemente genérico e assexuado é, de fato, generificada pelo viés masculino e marcada pela normatividade heterossexual. Tudo e todas que não se encaixam com esse “protagonista” são vistos (e vistas) às margens da narrativa histórica. São referidas como figuras exóticas, desprovidas de poder, criaturas do mundo privado, privatizadas por senhores (sempre no masculino), cuja atuação não teve ou têm impacto sobre o que se convencionou chamar de “Grande História”.
Não é de agora que as historiadoras, em especial, reivindicam uma nova narrativa para essa Grande História. Uma que seja verdadeiramente inclusiva. Não uma história que se estabeleça à parte, sem que se modifique o entendimento de fatos, acontecimentos e processos. O objetivo é superar a história das mulheres como um aparte da vida privada e construir uma história pública e conjunta de mulheres e homens, em todos os seus papeis e em todos os seus gêneros.
A proposta desse curso é apontar as ferramentas que a teoria feminista da História elaborou para que se possa construir essa narrativa. E a partir dela elaborar novas formas de entender e ensinar a História.
Objetivo
O curso tem como objetivo demonstrar aos participantes formas de repensar as narrativas históricas com as quais se tem contato. E, a partir daí, dar ferramentas para que se perceba nelas as estruturas de poder e de perpetuação de uma sociedade centrado no masculino, no patriarcado e na heteronormatividade. Para isso, serão abordados os seguintes temas:
- Saberes localizados e ciência universal (?).
- Como os conceitos da teoria feminista modificam o olhar sobre a História.
- Uma linha do tempo generificada: o ponto de vista do masculino e o do feminino.
- Revisão do conceito de poder e sua leitura de dois pesos e duas medidas.
- Público e privado: serviços e desserviços
- Revisão do conceito de trabalho produtivo, reprodutivo e criativo
- Nó-górdio: a linguagem e as possibilidades de uma nova narrativa.
- Análise de obras em texto e vídeo para compreensão dos temas explorados no curso.
Formas de pagamento
Cartão de crédito: 03 parcelas
À vista via transferência bancária: desconto de 5%
Certificado
Todos os participantes que assistirem 75% das aulas ao vivo ou gravadas receberão certificado.
Material de apoio
Todos os alunos poderão baixar o material usado pelos professores nas aulas.
Professora

NIKELEN ACOSTA WITTER.
Graduada em História pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Possui Mestrado em História do Brasil pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e é Doutora em História Social pela Universidade Federal Fluminense, com estágio doutoral na École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS). Suas pesquisas de mestrado e doutorado se centraram na História da Saúde e das Práticas de Cura. É autora do livro Dizem que foi Feitiço: as práticas de cura no sul do Brasil (1845-1890) (EDIPUCRS, 2001) e sua tese de doutorado Males e Epidemias: governantes, sofredores e curadores no sul do Brasil, trata sobre a pandemias do cólera de 1855. Atua como professora no ensino superior e pesquisadora desde 2000 e, atualmente, é professora do Departamento de História da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Suas pesquisas atuais se dedicam a investigação das questões de Gênero e das Mulheres no espaço público na época Contemporânea.
É também escritora com diversas obras de ficção publicadas: Territórios Invisíveis, 2012 (finalista do Prêmio Argos, 2013); Guanabara Real e a Alcova da Morte, 2017 (em coautoria, vencedor dos Prêmios Le Blanc e AGES 2018), Viajantes do Abismo, 2019 (vencedor do Prêmio Odisseia de Literatura Fantástica, finalistas dos Prêmios Jabuti e Argos 2020); Dezessete Mortos, 2020 (contos).